
De volta para essa tag que nos inspira. Como havia prometido, vou falar sobre o Vanderlei Cordeiro de Lima. Vanderlei, como muitos brasileiros de sucesso, veio de uma família pobre. Desde cedo teve que trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar com toda a sua família e no horário do almoço o garoto, que chamavam Bodega, corria pelas estradas de terra. Apesar de ter de trabalhar, sua família entendia o valor dos estudos e Bodega frequentava a escola, lá seu talento foi notado. Foi chamado para treinar em São Paulo e em 1992 foi 4º colocado da São Silvestre. Por seu desempenho ao longo dos anos, em 1994 foi contratado como Coelho (um corredor que imprime um ritmo mais forte e abandona em certa distância da corrida, para que os corredores que irão ganhar corram mais rápido) e iria abandonar a prova no Km 30, só que naquele dia o Coelho correu mais rápido e ele venceu. A partir daí foram várias conquistas, dentre as maiores, foi Campeão da Maratona de Tóquio - 1996 e Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg em 1999.

Com esses resultados, ele era um dos favoritos para a Maratonas de Atenas, a "Verdadeira Maratona" e ele veio com tudo. Ele liderou a disputa até o 36º Km, quando o "padre" escocês Cornelius Horan o atacou e atrapalhou Vanderlei, que foi ajudado por espectadores. Apesar disso, continuou a corrida e foi até o final. Ao entrar no Estádio Olímpico, para cruzar a linha de chegada em 3º lugar, todo o Estádio que acompanhou a corrida por um telão, ovacionou de pé, aquele que foi o Campeão Moral, e chegou como sempre, Sorrindo, independente quais eram as colocações, ele sempre sorria. A Confederação de Brasileira de Atletismo iria entrar com um recurso contra a prova, mas Vanderlei não quis e ficou com a Medalha de Bronze. Por não ter desistido e ter demonstrado humildade e alegria após a prova, o Comitê Olimpico Internacional, concedeu a Medalha Pierre Coubertin, a Maior honraria concedida por esta entidade; para aqueles que demonstram o Verdadeiro Espírito Olímpico. Vanderlei é o único brasileiro com essa condecoração. Outro fato que demonstra sua humildade, foi seu encontro com o jogador de Vôlei de Praia Emanuel, que tinha conquistado a medalha de ouro na modalidade. Emanuel ofereceu sua medalha para Vanderlei, ele agradeceu, mas não aceitou. Hoje Vanderlei possui um instituto que estimula a corrida em jovens. Ele nos dá o exemplo de amor pela corrida e de como este esporte nos ensina a superar nossos desafios.
Na próxima, a história do indiano Fauja Singh, o Maratonista Centenário.
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Chegada da Maratona Olímpica de Atenas, 2004. |
Até a próxima.
Running Free!!!
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