Um dos grandes motivos que levam pessoas a praticar corrida
é para emagrecer. Acabar com aquela dobrinha na pança que ficamos pinçando com
os dedos é importante, principalmente porque a melhora da silhueta serve como
um fator motivador para continuar correndo, mas o ditado “o que os olhos não
veem o coração não sente” pode constituir uma equação fatal.
Existem duas formas de armazenamento de gordura no corpo, a
Gordura Subcutânea, que é aquela que nós podemos pegar entre os dedos, aquela
que nos incomoda tanto, que tira o sono de muitas pessoas. Esse tipo de gordura
serve como reserva energética, para nos proteger de impactos e como isolante
térmico.
A outra forma é a Gordura Visceral, que se acumula no
interior do abdome e se infiltra em órgãos com fígado, rins e pâncreas, podendo
até infiltrar os vasos sanguíneos e o coração. Essa gordura é ligada ao
desenvolvimento de Diabetes tipo II, Doenças Coronarianas e outras doenças
crônicas, inclusive demências. A Gordura Visceral não faz distinção de sexo e
composição corporal, não é preciso estar slim e nem ter uma silhueta
considerada fora dos padrões para apresentar esse tipo de gordura. Pessoas
magrinhas, mas que são sedentárias e se alimentam mal podem ter mais gordura
visceral do que “gordinhos” que realizam atividade física. O maior exemplo
disso são os lutadores de sumô, que possuem peso acima da média e por conta do
esporte, possuem gordura visceral semelhante a outros esportistas.
Uma das maneiras de se livrar desse mal é realizar dieta
hipocalória. Em uma pesquisa realizada pelo Pennington
Biomedical Reaserch Center nos EUA, ao estudar pessoas com obesidade e
dieta, mostrou uma perda de 12,6 Kg após 10 a 16 semanas de dieta hipocalórica
(restrição de aproximadamente 500 caloria por dia). O problema desse método? A Duke University mostrou que sem
exercício físico e mudança de hábitos alimentares associados, a perda de peso
não se perpetua e após seis meses 9% da gordura visceral retorna. Outro estudo realizado pela mesma instituição
mostrou que pessoas que trotaram ou caminharam 18 km por semana não ganharam
Gordura Visceral e que aqueles que trotaram 27 km por semana chegaram a reduzir
as duas formas de gordura. Isso mostra que a corrida é uma arma mais efetiva
para combater a gordura.
Ainda se tem a ideia de que exercícios de baixa intensidade
como a caminhada são mais efetivos na queima de gordura, porém a revista Medicine and Science in Sports and Exercise
mostrou que realizar exercícios de alta intensidade é uma maneira eficaz de se
queimar gordura. Eles compararam três grupos de corredores, um realizou corrida
de alta intensidade e o outro de moderada intensidade e o terceiro realizou um
misto de alta e moderada intensidade. Todos eles correram cinco vezes por
semana e o tempo foi ajustado para que todos os corredores queimassem a mesma
quantidade de calorias. Resultado: Correr em alta intensidade foi mais eficaz
na queima de gordura visceral. Mas essa
não é a única maneira de se queimar gordura.
O Imperial
College na cidade de Londres estudou o efeito de 1 hora de corrida três vezes
por semana em mulheres. O peso delas não mudou, mas 60% da Gordura Visceral foi
para o espaço.
O que podemos tirar disso, é que não importa a intensidade e sim
praticar a corrida. Além do mais, afinar
a silhueta e reduzir o percentual de gordura não são os únicos benefícios da corrida.
Até a próxima.
Running Free!!!











