domingo, 27 de outubro de 2013

A chave está nos Quadris!!!

Por Yuri Rafael dos Santos Franco

Olá caros leitores do Running Free BR, é com muito prazer que estou escrevendo pra vocês a pedidos do Caio. A temática desse post é a influência da musculatura do quadril no desempenho da corrida. Esse tema foi sugerido depois de algumas sessões de fisioterapia que o Caio vem fazendo.
Tudo começou em um domingo, exatamente no dia 15/09, onde estávamos almoçando e o Caio referiu que durante seu último treino mais longo, antes da maratona de SP, ele sentiu uma dor muito forte na panturrilha que fez diminuir o ritmo do treino. Na mesma semana ele chegou na clínica com o desconforto, porém durante a avaliação clínica não parecia nada mais do que uma contratura na região da panturrilha e começamos a sessão com analgesia local e alguns agentes térmicos para melhorar aquele quadro, pois faltavam apenas 2 semanas para a prova que o Caio vinha treinando e pelo que conheço do cidadão ele não iria parar o treino devido a essa dor.
E foi depois dessa primeira etapa que eu fiquei assustado, pois ao iniciar o fortalecimento do complexo posterolateral do quadril (especial o glúteo médio) ele mal conseguia ganhar da gravidade. Mais uma vez o Caio me deixou pensando em certos aspectos biomecânicos da corrida e a importância de uma boa instrução e uma equipe especializada no tratamento dos atletas.
E ai vem o tema proposto para o texto. Qual é a importância da musculatura do quadril para os corredores?
Atualmente, a comunidade científica voltada ao esporte tem falado muito das desordens biomecânicas que acontecem nos membros inferiores e o envolvimento da musculatura do quadril, em especial os que compõem o complexo posterolateral do quadril (glúteo médio e máximo e os rotadores laterais do quadril), tem ganhado destaque, talvez, por sua característica estabilizadora. Mas o que faz esse grupo muscular ser tão importante? É algo simples de ser visualizado, pois essa musculatura tem ação de estabilizar a pelve quando tiramos um dos pés do chão, gesto natural da corrida. Um exemplo é que quando tiramos o pé esquerdo do chão, a musculatura ativada é a do quadril direito para evitar que a pelve caia (sinal de Trendelemburg). Quando temos um déficit de força ou de ativação e a musculatura não faz seu papel o risco de lesão é aumentado de forma exponencial e não é apenas no quadril, com foi dito antes, mas todo o membro inferior é prejudicado, desde a coluna lombar até o pé.
Outro ponto que pode ser perguntado é porque então, o Caio, chegou com aquela dor na panturrilha? Algo que temos levar em consideração é que o corpo, independente da situação que ele se encontre vai fazer o movimento desejado. E aí entra um ponto interessante que é a ação dos músculos sinergista, que são aqueles que atuam de forma a facilitar ou ajudar um único músculo ou um grupo muscular. E isso já é certo, o glúteo, o quadríceps e a panturrilha eles se ajudam na hora da marcha ou da corrida afim de que o movimento seja realizado, logo se um deles falha o restante continuará “pagando o pato” para realizar o movimento. E aí vem uma hipótese do que pode ter gerado a lesão do Caio, além da sobrecarga devido ao treino, a falta de força no complexo posterolateral do quadril pode ter afetado todo o grupamento que dá propulsão para marcha e gerado contratura ou espasmo na panturrilha.
Fiquem atentos, pois não são só as lesões musculares que podem ser o resultados dessa fraqueza, outras lesões mais graves podem acontecer como: Lesão do Ligamento Cruzado anterior, Síndrome da dor femoropatelar, Síndrome do trato ou banda Iliotibial e várias outras desordens músculo-esquelética.
Resumindo todo esse texto, muita das lesões que acontecem em atletas, sejam eles amadores ou profissionais, podem ter sua origem distante do local real da lesão. Por isso é importante o acompanhamento de uma equipe especializada em lidar com atletas.
Acho que é isso pessoal, espero que tenham gostado dessa breve explanação do tema que venho estudando e estou à disposição para maiores esclarecimentos.
Até breve!

Yuri Rafael dos Santos Franco
É Fisioterapeuta Especialista em Fisioterapia Músculo Esquelética pela ISCMSP e Mestrando em Fisioterapia pela Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID)
Atende na GERF Fisioterapia e Pilates - Rua Mato Grosso, 128, conj. 43/44. Hienópolis. São Paulo-SP

yrfranco@hotmail.com . Facebook: https://www.facebook.com/yuri.franco.399

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