Por Yuri Rafael dos Santos Franco
Olá
caros leitores do Running Free BR, é com muito prazer que estou escrevendo pra
vocês a pedidos do Caio. A temática desse post
é a influência da musculatura do quadril no desempenho da corrida. Esse tema
foi sugerido depois de algumas sessões de fisioterapia que o Caio vem fazendo.
Tudo
começou em um domingo, exatamente no dia 15/09, onde estávamos almoçando e o
Caio referiu que durante seu último treino mais longo, antes da maratona de SP,
ele sentiu uma dor muito forte na panturrilha que fez diminuir o ritmo do
treino. Na mesma semana ele chegou na clínica com o desconforto, porém durante
a avaliação clínica não parecia nada mais do que uma contratura na região da
panturrilha e começamos a sessão com analgesia local e alguns agentes térmicos
para melhorar aquele quadro, pois faltavam apenas 2 semanas para a prova que o
Caio vinha treinando e pelo que conheço do cidadão ele não iria parar o treino
devido a essa dor.
E ai
vem o tema proposto para o texto. Qual é a importância da musculatura do
quadril para os corredores?
Atualmente,
a comunidade científica voltada ao esporte tem falado muito das desordens
biomecânicas que acontecem nos membros inferiores e o envolvimento da
musculatura do quadril, em especial os que compõem o complexo posterolateral do
quadril (glúteo médio e máximo e os rotadores laterais do quadril), tem ganhado
destaque, talvez, por sua característica estabilizadora. Mas o que faz esse
grupo muscular ser tão importante? É algo simples de ser visualizado, pois essa
musculatura tem ação de estabilizar a pelve quando tiramos um dos pés do chão,
gesto natural da corrida. Um exemplo é que quando tiramos o pé esquerdo do chão,
a musculatura ativada é a do quadril direito para evitar que a pelve caia
(sinal de Trendelemburg). Quando temos um déficit de força ou de ativação e a
musculatura não faz seu papel o risco de lesão é aumentado de forma exponencial
e não é apenas no quadril, com foi dito antes, mas todo o membro inferior é
prejudicado, desde a coluna lombar até o pé.
Outro
ponto que pode ser perguntado é porque então, o Caio, chegou com aquela dor na
panturrilha? Algo que temos levar em consideração é que o corpo, independente da
situação que ele se encontre vai fazer o movimento desejado. E aí entra um
ponto interessante que é a ação dos músculos sinergista, que são aqueles que
atuam de forma a facilitar ou ajudar um único músculo ou um grupo muscular. E
isso já é certo, o glúteo, o quadríceps e a panturrilha eles se ajudam na hora
da marcha ou da corrida afim de que o movimento seja realizado, logo se um deles
falha o restante continuará “pagando o pato” para realizar o movimento. E aí
vem uma hipótese do que pode ter gerado a lesão do Caio, além da sobrecarga
devido ao treino, a falta de força no complexo posterolateral do quadril pode
ter afetado todo o grupamento que dá propulsão para marcha e gerado contratura
ou espasmo na panturrilha.
Fiquem
atentos, pois não são só as lesões musculares que podem ser o resultados dessa
fraqueza, outras lesões mais graves podem acontecer como: Lesão do Ligamento
Cruzado anterior, Síndrome da dor femoropatelar, Síndrome do trato ou banda
Iliotibial e várias outras desordens músculo-esquelética.
Resumindo
todo esse texto, muita das lesões que acontecem em atletas, sejam eles amadores
ou profissionais, podem ter sua origem distante do local real da lesão. Por
isso é importante o acompanhamento de uma equipe especializada em lidar com
atletas.
Acho
que é isso pessoal, espero que tenham gostado dessa breve explanação do tema
que venho estudando e estou à disposição para maiores esclarecimentos.
Até
breve!
Yuri Rafael dos Santos Franco
É Fisioterapeuta Especialista
em Fisioterapia Músculo Esquelética pela ISCMSP e Mestrando em Fisioterapia pela Universidade
da Cidade de São Paulo (UNICID)
Atende na GERF Fisioterapia e Pilates - Rua Mato Grosso, 128, conj. 43/44. Hienópolis. São Paulo-SP
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